“Transfundir bem faz toda diferença” é o que propõe a nova Política de Hemoterapia implementada pela Fundação Hemominas. A estratégia baseia-se em evidências científicas e traz o projeto Patient Blood Management (PBM) como protagonista da nova cultura em práticas de hemotransfusão.
Baseada em uma campanha mundial, a intenção da Hemominas é incentivar os profissionais da saúde a reconsiderarem a utilização exagerada ou imprópria de recursos, entre eles as atividades de hemotransfusão.
Atualmente, a transfusão de sangue é uma das terapêuticas mais utilizadas em pacientes internados. E no Brasil, essa demanda cresce cerca de 1% ao ano, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Lembrando que o sangue é obtido unicamente por doação voluntária e altruísta, ou seja, um recurso escasso e finito.
O que é a PBM?
A PBM é uma abordagem multidisciplinar e sistematizada do gerenciamento do sangue do paciente, baseada em evidências científicas. Entre as vantagens destacam-se a redução de perdas sanguíneas e de transfusões desnecessárias, otimização dos estoques de sangue e diminuição de custos.
A implementação efetiva da PBM mundialmente é um dos objetivos da Organização Mundial de Saúde, em 2023, e a iniciativa da Sociedade Americana de Hematologia, “Choosing Wisely”, ou “Escolha sabiamente”, visa apoiar e engajar os médicos a serem melhores administradores de recursos finitos de saúde, como o sangue.
PBM no Risoleta
A Agência Transfusional do Risoleta, atenta às necessidades atuais relacionadas à segurança e sustentabilidade da medicina transfusional, está em processo de implantação da nova estratégia de hemotransfusão. O foco é incentivar os profissionais quanto à utilização racional do sangue em procedimentos cirúrgicos e de urgência e emergência, evitando o uso demasiado ou desnecessário.
Cerca de 40 trabalhadores, entre médicos e equipe multidisciplinar, participaram de treinamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O próximo passo é a construção de protocolos e fluxos de opções terapêuticas para o uso racional do sangue internamente.
Orientações:
- não transfunda mais unidades de sangue do que o absolutamente necessário;
- não transfunda concentrado de hemácias para deficiência de ferro sem instabilidade hemodinâmica;
- não use rotineiramente hemocomponentes para reverter a varfarina;
- não realize hemogramas seriados em pacientes clinicamente estáveis;
- não transfunda concentrado de hemácias O negativo, exceto para paciente O negativo e em emergências para mulheres com potencial para engravidar com grupo sanguíneo desconhecido.
Atualize seu conhecimento
Está disponível o treinamento “Gerenciamento do sangue do paciente”, ação educativa que objetiva compartilhar com as equipes as boas práticas relacionadas às transfusões no Hospital.
Educa Sangue
Quer saber mais sobre Medicina Transfusional e esse movimento mundial de racionamento do sangue? Acesse as informações da iniciativa Educa Sangue:
Aplicativo: EducaSangue (App Store e Play Store)