Dia 29/10 é comemorado o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral) e, com a pandemia da Covid-19, tem-se discutido a relação entre os dois temas. Pesquisas com pacientes hospitalizados devido ao novo coronavírus, em um grande Centro de AVC na Catalunha (Barcelona/Espanha), observaram a existência de AVC agudo em 1% a 2,5% dos casos, com alta taxa de mortalidade hospitalar.
Já um Estudo na cidade de Nova Iorque/EUA indicou incidência de 1,8% de AVC em pacientes com Covid-19, e em Wuhan, na China, essa taxa foi de 3%.
Os resultados sugerem que os pacientes infectados com o novo coronavírus podem ter um risco aumentado de AVC isquêmico, provavelmente devido ao estado de inflamação, coagulopatia protrombótica e lesão endotelial. Além disso, sugere-se que os infectados apresentam risco elevado de complicações médicas, como arritmias, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, miocardite e tromboses venosas, que elevam o risco de AVC.
Nossa realidade
No Brasil, ainda não temos um estudo da incidência de AVC entre pacientes com Covid-19. No entanto, no Risoleta, percebe-se que desde o início da pandemia até agora, houve uma significativa redução na admissão de pacientes com AVC leve e um atraso na chegada dos pacientes com AVC grave ao Hospital, o que impacta no tratamento e nas chances de recuperação.
Vale lembrar que o Hospital Risoleta Neves é referência para o tratamento do AVC e atende, em média, 750 casos por ano. A Unidade de AVC do Risoleta foi inaugurada em 2008 para atender a crescente demanda e a equipe multidisci-plinar conta com a atuação de médicos, profissionais de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais.
Confira abaixo o podcast “AVC e a Covid-19” com o médico Diego Dorim, que integra a equipe de neurologia e coordena a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT):