Anualmente, 20 milhões de bebês nascem prematuros e com baixo peso no mundo e, desses, 1/3 morre antes de completar um ano de vida. No Brasil, aproximadamente 10% dos bebês nascem antes do tempo. As complicações da prematuridade são a principal causa de morte no período neonatal nos primeiros cinco anos de vida. Diante desse cenário precisamos adotar estratégias e políticas para seu enfrentamento, como o Método Canguru.
O Método Canguru
Em 1979, na Colômbia, surgiu uma ideia para diminuir a mortalidade neonatal no país: colocar o recém-nascido contra o peito da mãe para promover maior estabilidade térmica, substituindo as incubadoras. Essa prática, recomentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é no Brasil uma política nacional de saúde e integra um conjunto de ações voltadas para a qualificação do cuidado ao recém-nascido, seus pais e sua família dentro dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
O início se dá na identificação de risco gestacional no pré-natal (realizado na Unidade Básica de Saúde – UBS), segue no pré-natal especializado e, após o nascimento, acompanha o percurso do bebê no serviço de neonatologia (na unidade neonatal ou no alojamento conjunto). E no domicílio, se necessário, há o acompanhamento pelo ambulatório especializado e pela UBS.
Como funciona o Método Canguru?
- Contato pele a pele precoce e pelo maior tempo possível.
- Acolhimento ao recém-nascido, seus pais e família.
- Cuidados individualizados com foco na postura e no controle da dor.
- Apoio à amamentação.
- Cuidados com o ambiente e com os profissionais.
Quais as vantagens do Método Canguru?
- Reduz o tempo de separação mãe/pai-filho.
- Favorece o vínculo afetivo mãe/pai-filho.
- Possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado com o filho, inclusive após a alta hospitalar.
- Estimula o aleitamento materno, permitindo maior frequência, precocidade e duração.
- Possibilita ao recém-nascido o adequado controle térmico.
- Contribui para a redução do risco de infecção hospitalar.
- Reduzi o estresse e a dor.
- a Propicia melhor relacionamento da família com a equipe de saúde.
- Favorece ao recém-nascido uma estimulação sensorial protetora em relação ao seu desenvolvimento integral.
- Melhora a qualidade do desenvolvimento neuropsicomotor.
No Risoleta
A linha de Cuidados Materno-Infantil conta com a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Unidade Neonatal de Cuidados Progressivos e Unidade Canguru que oferece acolhimento e orientações para as mamães e seus bebês com prematuridade. As mamães e bebês são assistidos por uma equipe multiprofissional.
“É no contato pele a pele que uma grande superfície do corpo da criança e da mãe se encontram, proporcionando diferentes trocas: táteis, auditivas, sensoriais, globais, entre outras. Os profissionais de saúde podem contribuir para que a experiência seja agradável ao recém-nascido e a todos que estão envolvidos no processo.”
Letícia Casali, da equipe de Terapia Ocupacional
Dúvidas comuns ao falarmos do Método Canguru
O Mistério da Saúde listou os principais questionamentos sobre prática. Confira:
O bebê não sente frio por estar quase nu?
Quando em contato pele a pele com a mãe, o bebê não sente frio, pois o calor do corpo materno o aquece na temperatura adequada.
A posição não machuca o bebê?
Não, pois a faixa que mantém a criança na posição canguru foi elaborada para conforto do bebê e da mãe.
A mãe pode dormir com o bebê na posição canguru?
Sim, desde que esteja apoiada em encosto confortável, ficando semideitada. Dessa forma, o bebê ficará em posição que evita o refluxo gástrico.
O bebê não corre o risco de sufocar?
Quando o bebê é mantido na posição canguru, tem menos refluxo e as vias aéreas são mantidas livres.
Há perigo de o bebê escorregar e cair?
Não. Se o bebê estiver bem posicionado na bolsa canguru e a faixa estiver bem ajustada, não há risco algum.
Exposição
Confira a exposição “Pele que aquece, peito que acolhe”, com registros do Método Canguru na Maternidade do Risoleta feitos pelas equipes, no corredor da Unidade Canguru durante o mês de maio ou via PDF aqui.