Gravidez ectópica é tema de pesquisa conduzida pela equipe da Maternidade do Risoleta

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Desde 2019, a equipe de ginecologistas e obstetras da Maternidade do Risoleta utiliza um protocolo institucional que inclui o tratamento clínico para pacientes atendidas na unidade ou mesmo encaminhadas de outros serviços com diagnóstico de gravidez ectópica (gestação que se desenvolve fora do útero).

Esse protocolo, que inclui o tratamento clínico com metotrexate, vem colhendo excelentes resultados como a diminuição do número de internações e intervenções cirúrgicas, menor taxa de complicações, além da redução de custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Aliado a isso, as mulheres recuperam-se mais rapidamente, não interrompendo a sua vida cotidiana.

Atualmente, o Risoleta é a única instituição hospitalar da capital, dentre públicas e privadas, que possui a disponibilidade imediata da medicação, utilizada no tratamento clínico da gravidez ectópica, 24h por dia, em todos os dias da semana.

Para avaliar de forma metodológica e científica esse protocolo, a pesquisa “Avaliação da abordagem terapêutica da gravidez ectópica no Hospital Risoleta Tolentino Neves” está sendo desenvolvida pela equipe, realizando um recorte dos atendimentos com esse diagnóstico no período de quase três anos desde a publicação do primeiro protocolo em janeiro de 2019, observando os fatores de risco, os critérios diagnósticos, o tipo de tratamento indicado, tempo e custos dos diversos tipos de tratamento e complicações.

Segundo Marcel Abreu, Médico Coordenador da Ginecologia e Obstetrícia e também o pesquisador responsável pelo projeto, a Maternidade do Risoleta é um campo rico para essa pesquisa devido ao perfil epidemiológico das pacientes atendidas pelo serviço, com uma alta incidência de gravidezes ectópicas em função da identificação de múltiplos fatores de risco. “Na literatura, evidenciamos que fatores socioeconômicos estão intimamente relacionados com a incidência dessa patologia, além claro, de outros como a presença de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), doença inflamatória pélvica, e falha no acompanhamento ginecológico, em especial com relação ao planejamento reprodutivo. E temos muitas pacientes nesse perfil”, explica.

A pesquisa conta com a colaboração das médicas Patrícia Magalhães (gerente médica da Linha de Cuidado Materno-Infantil do Hospital Risoleta Neve) e Jacqueline Pereira (docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG), além dos residentes Bethânia Souza, Caio Leal e Karen Rezende (integrantes do programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da UFMG.

A gravidez ectópica

Essa condição de gestação é encontrada em 10-15% das mulheres que chegam ao serviço de urgência, sendo responsável por 10% de todos os óbitos relacionados ao primeiro trimestre da gravidez.

Entre os fatores de risco (classificados como risco alto, moderado e baixo) estão: gravidez ectópica anterior, cirurgia tubária prévia, esterilização cirúrgica prévia, uso de dispositivo intrauterino (DIU), fertilização in vitro na gravidez atual, infecções pélvicas anteriores, infecções sexualmente transmissíveis, endometriose, tabagismo, dentre outros.

A pesquisa, que tem previsão de ser finalizada e publicada em 2022, poderá ainda orientar o planejamento de futuras ações epidemiológicas e assistenciais na Maternidade do Hospital, bem como auxiliar na estruturação de protocolos semelhantes em outros serviços de saúde.

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