Enfermeira do Risoleta participa de evento do Sistema ONU sobre saúde sexual e reprodutiva

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Em meados de março deste ano, a enfermeira obstétrica do Risoleta, Taisa de Paula Gonçalves, foi convidada pelo Fundo de População da ONU (UNFPA) para participar do seminário “Enfermeiras Obstétricas e Obstetrizes: qualificando e ampliando o acesso à saúde materna no Brasil”, realizado em Brasília/DF.

Na oportunidade, ela falou sobre os avanços e desafios na atuação da Enfermeira Obstétrica em meio à equipe multiprofissional e abordou questões de sua dissertação de mestrado “Enfermeiras Obstétricas negras: um olhar sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe no contexto de trabalho”, defendida na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A atividade também contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), Secretaria de Saúde do DF, universidades e de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).

Taisa, que atua no Bloco Obstétrico da Maternidade do Hospital desde 2017, conta que foi muito importante estar nesse espaço e compartilhar informações sobre o cuidado às mulheres e famílias no cenário de parto e nascimento, pontuando avanços e desafios com recorte de raça e gênero. “Sempre é importante participar de discussões com profissionais de diferentes instituições, setores e estados brasileiros sobre o tema, além das equipes focadas na atenção ao parto e promoção da equidade, e em pessoas interessadas em refletir sobre perspectivas para ampliação e qualificação do acesso à saúde materna”, diz.

Sobre sua tese, ela explica que a escolha pelo tema foi motivada por ser uma mulher negra, com vivências em um contexto de desigualdades marcado pela marginalização social e destituição de direitos. “Ao longo da minha caminhada, vivenciei situações de desigualdades de gênero, raça e/ou classe e suas intersecções e também tive conhecimento de relatos de colegas de trabalho que também vivenciaram. A partir de então, atentei-me a observar o pequeno número de Enfermeiras Obstétricas negras atuantes no cenário de parto e nascimento. Decidi utilizar o meu lugar e o lugar de fala das participantes desse estudo, enquanto mulheres negras. Saber, por exemplo, que mulheres negras sofrem mais violência obstétrica é necessário para repensar nosso cuidado e traçar estratégias de enfrentamento das desigualdades”, destaca.

Taisa ressalta ainda o papel da Enfermagem para mudar o modelo da atenção obstétrica e neonatal, que é predominantemente médico-centrado, intervencionista e fragmentado.

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O Fundo

O UNFPA é a agência de saúde sexual e reprodutiva da Organização das Nações Unidas (ONU) com a missão de criar um mundo em que todas as gestações sejam desejadas, todos os partos sejam seguros e cada jovem alcance seu potencial. Atuando no Brasil desde 1973, vem colaborando com o governo e diversas organizações da sociedade civil, incluindo a academia e os movimentos sociais, na formulação e no monitoramento de políticas e programas sobre população e desenvolvimento, especialmente por meio da cooperação da área de saúde reprodutiva.

Fotos: ©UNFPA Brasil/Bel Daher/Gabriel Benevides/@bfocofoto

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