A data – 18 de maio – é um marco para a Luta Antimanicomial, que preconiza o tratamento de pacientes de saúde mental por profissionais qualificados, no seio de suas famílias e comunidades. O movimento é uma pauta importante da saúde pública da qual o Risoleta é aliado.
Equipamentos da Rede de Urgência e Emergência, como as UPAS e o próprio Risoleta, são portas de atendimento de desordem mentais agudas, além de ser referência em saúde para o Eixo Norte de Belo Horizonte e municípios do entorno e, por isso, buscam tratar, apoiar, orientar e direcionar da melhor maneira possível os usuários em sofrimento mental, de forma a integrá-los à rede de atendimento especializada nas instâncias municipais.
“Belo Horizonte é uma referência e tem protagonismo nas discussões em torno da saúde mental, principalmente por conta da atuação do Fórum Mineiro de Saúde Mental e associações de usuários, negando o encaminhamento de pacientes para os manicômios e propondo tratamentos alternativos”, comenta o ouvidor do Risoleta, Leonardo Vasconcelos.
De acordo com a psicóloga Raika Rodrigues, da equipe de Psicologia Clínica do Hospital, é comum o atendimento a pacientes em sofrimento mental sem histórico de tratamento prévio e, por isso, o apoio da equipe é tão importante.
“Aqui no Risoleta estamos alinhados com os princípios da Reforma Psiquiátrica, trabalhamos em rede e buscamos encaminhar os pacientes para o atendimento especializado que acontece nos Centros de Saúde e nos Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAM), que substituem os manicômios. Trabalhamos com a perspectiva de redução de danos. Além disso, pensamos no cuidado ampliado, na redução de danos, há a tentativa de envolver as famílias e orientá-las quanto às expectativas de tratamento”, comenta Raika.
No CERSAM, as permanências necessárias são de curto prazo e o atendimento vai além do tratamento do quadro clínico do usuário, envolvendo o suporte aos familiares e a reinserção do indivíduo na sociedade.
Os riscos do isolamento
Os manicômios são instituições onde os usuários podem perder suas conexões com a família, com o território e até mesmo perder a sua identidade. A perda dos vínculos é prejudicial à recuperação e, por isso, o ideal é fortalecer vínculos.
“Nos identificamos a partir dos papéis que temos na vida, como trabalhador, como filho ou amigo de alguém, a partir das atividades do cotidiano. Ao isolar as pessoas, retiramos delas as conexões de identidade, arrancamos suas raízes e não há como construir nada a partir disso. Em contraste, dentro do próprio território é possível construir estratégias e reforçar laços que possam ajudar na recuperação”, afirma Raika.
Onde buscar apoio
Em Belo Horizonte, é possível buscar apoio e tratamento multidisciplinar para saúde mental no CERSAM, nos Centros de Referência em Saúde Mental – Álcool e Outras Drogas (CERSAM AD) – onde é feito acompanhamento em urgência ou crise decorrentes do abuso de álcool e outras drogas –, e também nos CERSAMi’s, responsáveis pelo tratamento da crianças e adolescentes que fazem uso abusivo de substâncias ou são portadoras de sofrimento mental.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o funcionamento do CERSAM é das 7h às 19h, todos os dias da semana, inclusive em feriados.
CERSAM Venda Nova
Rua dos Canoeiros, 320 – Bairro Santa Mônica.
(31) 3277-5432/5434
Saiba mais clicando aqui.
CERSAM AD Venda Nova (referência para as regionais Venda Nova e Norte)
Praça José Belém Barbosa 255 – São João Batista
(31) 3277-1575 / 3277-1573 / 3277-1599
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CERSAMi NORDESTE (referência as regionais Nordeste, Norte, Venda Nova)
Praça Muqui, 155 – Bairro Renascença.
(31) 3246-7566 e 3246-7565
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Lei da Reforma Psiquiátrica
A Lei da Reforma Psiquiátrica, de abril de 2001, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental no Brasil, prevendo tratamento humanizado e sem abusos e exploração.
Leia mais sobre a legislação aqui.
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