Dia dos Pais: uma história de amor e doação

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Algumas pessoas dizem que um filho nunca deve partir antes do pai. Mas essa dor marcou infelizmente a família de Jorge Júnior, conhecido como Juninho. O amor do seu pai, Jorge Balbino, chamou a atenção da equipe do Risoleta durante a internação e o processo de óbito do filho e, por isso, selecionamos essa história para compartilhar nesta data especial. A ele e a todos os papais desejamos parabéns e muita saúde!

Desde pequeno, Juninho sempre demonstrou uma energia e vitalidade que enchiam a casa de alegria. No entanto, a vida tem seus caminhos imprevisíveis e, aos trinta anos, Juninho partiu, deixando um vazio imenso no coração dos familiares. Conhecido por seu sorriso largo e coração solidário, Juninho deixou um legado que transcende sua vida e que nos foi contato pelo pai Jorge Balbino.

Uma carreira promissora

Nascido em 18 de março de 1992, Jorge Balbino Júnior começou a jogar futebol aos 11 anos. Aos 12, já brilhava no São Paulo Futebol Clube, onde foi campeão mundial sub-12 em Shizuoka, no Japão. Sua carreira o levou à Eslováquia e, posteriormente, ao Coritiba. Em 2017, uma grave lesão nos ligamentos do joelho encerrou sua trajetória nos campos, mas não apagou seu espírito vibrante e generoso.

Segundo o pai, Juninho era um ser humano extraordinário, um filho exemplar e um pai presente. Amava a vida, a família, os amigos e o esporte. Seus amigos o descrevem como uma pessoa iluminada, sempre pronto para brincar e espalhar alegria. Sua capacidade de criar apelidos e fazer todos rirem deixou marcas eternas nas memórias de quem o conheceu.

A tragédia atingiu a família Balbino quando Juninho sofreu uma parada cardíaca, seguida de morte cerebral. No CTI do Hospital Risoleta Neves, seu pai, Jorge Balbino, enfrentou um turbilhão de emoções. “Senti um misto de dor, desespero, vontade de gritar, mas ao mesmo tempo calma e alguém dizendo: estou contigo, seja feita a vontade de Deus”, relembra emocionado.

Durante dois dias, a família passou por exames e protocolos de morta encefálica preconizados pelo Ministério da Saúde, enfrentando sofrimento e angústia. No terceiro dia, a enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Risoleta, Priscilla Xavier, trouxe uma nova perspectiva ao falar sobre a doação de órgãos. “Foi um dia melhor. Com uma paz, ela me explicou que após a constatação do óbito do meu filho poderíamos ajudar a salvar vidas doando os órgãos do Juninho. Imediatamente nós aceitamos e autorizamos”, conta o pai de Juninho.

A decisão de doar os órgãos trouxe alívio e conforto à família. “Meu filho sempre falava que, se fosse para salvar alguém, ele seria doador, assim como toda a nossa família”, afirma. A doação de órgãos transformou a dor em esperança, permitindo que Juninho continuasse a abençoar vidas mesmo após sua partida.


A importância da doação de órgãos no Brasil

Em nosso país, a doação de órgãos é um ato de amor que pode salvar inúmeras vidas. O Sistema Único de Saúde (SUS) é referência mundial na área de transplantes, oferecendo assistência integral e gratuita aos pacientes. A conscientização sobre a importância da doação é essencial, especialmente em momentos de perda profunda.

Neste Dia dos Pais, a história de Jorge Balbino Júnior serve como um lembrete poderoso do impacto que um gesto de amor pode ter. “Não é normal um pai sepultar um filho, mas é prioritária a conscientização sobre a doação de órgãos. Meu filho deu mais vida a mais pessoas. Isso é o que tem nos confortado muito, pois doar é um gesto de amor ao próximo”, conclui Jorge Balbino.

A enfermeira Priscilla Xavier e toda a equipe do Risoleta continuam a trabalhar incansavelmente para incentivar a doação de órgãos, transformando dor em esperança e mantendo viva a memória de heróis como Juninho.

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