Equipe do Hospital homenageou a família em agradecimento pela doação
Sexta-feira, 23 de maio de 2025. Neste dia, no Risoleta, histórias foram marcadas por uma escolha de amor: doar órgãos. Seis pessoas receberam uma segunda chance de sorrir, de caminhar, de criar novas memórias e de recomeçar.
Em agradecimento à família doadora e como despedida de honra ao doador, equipes de diversas áreas do Hospital se reuniram no corredor do Bloco Cirúrgico para agradecer pelo gesto. Com uma salva de palmas, o momento marcou a realização das cirurgias para as captações dos órgãos.
Priscila Xavier, enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Risoleta, é a responsável pelo contato com a família e, posteriormente, a articulação junto ao MG Transplante para realizar a doação.
“Sabemos que é um momento muito delicado, então conduzimos com todo o respeito necessário. Conversamos com a família sobre a possibilidade de ressignificar aquele momento de perda. Ao sinalizar a possibilidade de doação, nos organizamos internamente e, junto ao MG Transplantes, iniciamos os protocolos que viabilizam todo o processo”, explicou ela.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, que financia cerca de 86% dos procedimentos.
Apesar do grande volume de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão é um desafio a ser enfrentado. Em Minas Gerais, cerca de 7.302 estão na lista de espera, segundo o “Relatório de lista de espera por um transplante de órgão ou córnea (Minas Gerais) – Série histórica 2008-2023”.
O Risoleta é um hospital que atua na captação de órgãos e tecidos para fins de transplante. Quando é confirmado algum procedimento, o hospital transplantador é acionado.
O médico Ricardo Gontijo, cirurgião de transplante do Felício Rocho, participou da cirurgia e ressaltou a importância deste processo.
“Esse é um momento em que a família do doador ajuda outra pessoa que também está enfrentando um momento difícil em decorrência de uma doença que determinou a falência de algum dos órgãos dela. Muitos destes pacientes que recebem os transplantes são jovens, às vezes com, 15 anos, 20 anos ou até crianças.”
Cada minuto conta
A partir do momento em que é sinalizada a possibilidade de doação, uma articulação é feita para deixar o Bloco Cirúrgico preparado para a cirurgia. Reserva de sala, equipamentos, equipe assistencial de sobreaviso.
“Cada minuto conta, então já deixamos tudo organizado para viabilizar os procedimentos o mais rápido possível. Os profissionais já ficam disponíveis para o que for necessário e é muito bonito ver equipe toda empenhada para ajudar”, destacou a coordenadora de enfermagem do Bloco Cirúrgico, Renata Perdigão.
O que você precisa saber
A doação de órgãos e tecidos em vida é possível. O doador vivo precisa ser um cidadão juridicamente capaz, que, nos termos da lei, possa doar órgão ou tecido sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Deve ter condições adequadas de saúde e ser avaliado por médico para realização de exames que afastem doenças as quais possam comprometer sua saúde, durante ou após a doação.
Os órgãos e tecidos que podem ser doados em vida são: rim, sangue e medula óssea. Também podem ser doada parte do fígado e do pulmão, porém em situações excepcionais.
Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, podem ser doadores mediante uma avaliação de um Comitê de Ética e um receptor compatível. É necessário ter algum vínculo com receptor.
Já em situações de óbito, a família precisa autorizar. Por isso, é importante conversar sobre o assunto com familiares e esclarecer sobre a sua decisão e vontade de ser um doador. Basta declarar aos seus parentes que gostaria de ser um doador de órgãos.
Saiba mais na Cartilha Doação de Órgãos e Tecidos, disponível no site: www.hrtn.fundep.ufmg.br/comunicacao/publicacoes/
