2º Fórum de Inovação do NEPE discutiu oportunidades e precauções com pesquisadores e profissionais do Hospital, além de convidados
Quando o assunto são máquinas inteligentes a área da Saúde oferece um grande leque de oportunidades. Por meio da Inteligência Artificial (IA), computadores e sistemas automatizam decisões, antecedem diagnósticos e ampliam o panorama assistencial a partir do acurado tratamento de dados. Não estamos falando de um tema futurista e sim de uma realidade, como evidenciado durante o 2º Fórum do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NEPE), este mês, no Hospital Risoleta Neves.
O evento contou com uma palestra de Selene Cerna e Héber Arcolezi, doutorandos da Université Bourgogne Franche-Comté (UBFC/França), mediada por Lígia Cisneros, fisioterapeuta, mestre em Fisiologia e Farmacologia, doutora em Educação, pós-doutora em Engenharia Elétrica, docente da UFMG e integrante da equipe da Cirurgia Vascular do Risoleta.
Eles explicaram conceitos básicos relacionados ao tema #IA e deram exemplos de aplicações na área de saúde, como o projeto de rede neural em que utilizam o banco de dados do Hospital e os algoritmos conseguem predizer desfechos com mais de 90% de acurácia, auxiliando os profissionais na condução dos casos.
“A Inteligência Artificial, de forma simples, é isto: a máquina auxiliando no processamento de grandes bancos de informações. Na base de dados das pesquisas, o termo começou a ser usado em 1985. E só em 2021 foram mais de 18 mil publicações sobre o assunto na PubMed – motor de busca de citações e resumos de artigos em biomedicina”
afirmou Lígia para contextualizar o crescimento da utilização em todo o mundo.
Um dos destaques do Fórum foi a realização do curso “Mineração de Dados nas Pesquisas em Saúde: Aspectos Éticos, Criação de Banco de Dados e Uso da Inteligência Artificial”. A atividade promoveu um aprofundamento sobre a IA na Saúde, propondo formas de estruturação do banco de informações para a pesquisa, discutindo formas de preservação e segurança dos dados médicos e trazendo exemplos e práticas possíveis de IA nos processos da assistência.
‘A tecnologia inteligente precisa aprender a estar na vida real, que não é perfeita‘

“Para que o sistema tenha qualidade, os dados usados precisam fazer sentido, condizer com a realidade social em que a IA vai ser aplicada. Não adianta oferecer respostas soltas ou assertivas demais, a tecnologia inteligente precisar aprender a estar na vida real, que não é perfeita.”
Selene Cerna
#DicadaCientista: Selene indicou o documentário ‘AlphaGo vs Lee Sedol’. Uma disputa de cinco jogos entre um supercomputador da Google, chamado AlphaGo, contra o sul-coreano Lee Sedol, na época 18 vezes campeão mundial do jogo de tabuleiro Go. Spoiler: Máquina 4 x 1 Lee Sedol. – Disponível na Netflix!
Dados em Saúde = dados sensíveis

“Como a área da Saúde trabalha com informações sensíveis sobre os pacientes, que estão diretamente ligadas à qualidade de vida das pessoas e podem gerar interesses políticos e econômicos, precisamos nos atentar à segurança dos dados. Se esses dados valem muito, é perigoso que acabem nas mãos de quem tem ambições antiéticas, como a venda das informações na internet ou violações de privacidade.”
Héber Arcolezi
Opinião dos participantes
“A palestra foi interessante porque nos incitou a inovar as práticas em Saúde com a utilização dos recursos tecnológicos a nosso favor, auxiliando no manejo de dados para pesquisas e na tomada de decisão clínica. Os palestrantes foram ilustres e expuseram com leveza o tema, além dos debates ao final da palestra terem ilustrado que as possibilidades dentro do tema são inesgotáveis e devem ser exploradas.” – Valeska Martins Amaral Melo, terapeuta ocupacional
“Eu sempre fui muito apaixonado pela área de tecnologia, então para mim foi gratificante a oportunidade de acompanhar a palestra, me trouxe a visão de que posso reunir esse conhecimento de IA com a atuação na minha área.” – Hugo Barbosa, estudante de graduação em Fisioterapia/UFMG



“Sou mestranda em Terapia Ocupacional e conheci, por meio da minha orientadora, o trabalho com redes neurais. Acabei me interessando pelo tema. Quando soube da palestra fiz questão de vir acompanhar. Realmente expandiu a minha visão sobre IA e agora estou pensando em seguir carreira nessa área.” – Emanuele Jabaró, mestranda da UFMG
“Eu gostaria de agradecer à coordenação do evento e aos palestrantes pela palestra, que foi fantástica! Toda a apresentação foi clara e objetiva, adorei que trouxerem o contexto de IA desde 1950, ampliando a noção do tema. Uma palestra muito agradável que agregou tanto para os iniciantes no assunto quanto para quem já estuda ou atua com as tecnologias inteligentes.”
Anna Alessandra Mattos de Meira, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
Se você não conseguiu acompanhar ou deseja rever os conhecimentos do Fórum, acesse as gravações a seguir:
- Palestra “O que é Inteligência Articial e sua Aplicação na Saúde” – clique aqui.
- Curso “Mineração de Dados nas Pesquisas em Saúde: Aspectos Éticos, Criação de Banco de Dados e Uso da Inteligência Articial” – clique aqui.