Quanto antes um paciente com fratura de fêmur proximal é operado, menores são os riscos e mais rápida é a sua recuperação. Pensando nisso, as equipes de Ortopedia e Anestesiologia do Risoleta desenvolveram um protocolo para o tratamento ágil e com melhor alinhamento entre os profissionais. “O objetivo é melhorar a assistência ao paciente realizando a cirurgia em até 48 horas, quando houver indicação e o paciente e o Hospital apresentarem as devidas condições”, explica a coordenadora da Anestesiologia, Dra. Márcia Prado.
Esse exemplo de protocolo criado entre especialidades, com base em diretrizes e evidências científicas, reduz o tempo de internação e também as chances de infecção. As fraturas de fêmur, comuns em pacientes idosos e frágeis e em jovens vítimas de trauma, são recorrentes no Risoleta: recebemos de três a quatro casos por semana.
Antes do protocolo, o tempo médio de permanência dos pacientes com fratura de fêmur proximal era de 12 dias. Após, tivemos 25 casos em que o protocolo foi utilizado com a realização da cirurgia em até 48 horas, com tempo médio de permanência de 5 dias.
O novo protocolo
O documento foi elaborado pela anestesiologista Dra. Estefânia Rocha, pelo coordenador da Ortopedia e Traumatologia, Dr. Túlio Campos, e pela Dra. Márcia Prado (citada acima), com participação do Ortopedista e Cirurgião de Quadril Dr. André Lourenço (cujo mestrado foi focado em fratura de fêmur proximal).
As experiências de outros hospitais, como o Odilon Behrens, inspiraram a criação do protocolo, que foi adaptado às particularidades do Risoleta.
“O protocolo objetiva diminuir as complicações e a mortalidade dos pacientes e promover uma reabilitação melhor, com menos tempo de dor. E traz ganhos também para o Hospital ao reduzir o tempo de permanência do usuário, com impacto no giro de leitos do Hospital e em menos custos”, explica o Dr. Túlio Campos.
“Como a fratura do fêmur do idoso é uma doença comum, grave, com alta morbidade e mortalidade, precisamos de tratamento multidisciplinar envolvendo Ortopedia, Clínica Médica, Anestesiologia, Geriatria, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, entre outras especialidades. O protocolo torna as condutas entre equipes mais organizadas e uniformizadas”, comenta Dr. André Lourenço.
Elaboração inclusiva
Dra. Estefânia, que é anestesista no Bloco Obstétrico, estava gestante durante a elaboração do protocolo e trabalhou remotamente na elaboração do documento. Ou seja, sua ausência na assistência foi compensada pelo uso de sua experiência na elaboração do protocolo.
“O trabalho remoto me possibilitou uma nova experiência em relação ao seu formato e às suas particularidades. Estudei um assunto especificamente relacionado a outra especialidade, além da Anestesiologia, e tive uma maior interação com a parte teórica e a equipe de Ortopedia”, diz.
Quando há uma construção coletiva a compreensão sobre a importância de seguir um protocolo e a aceitação entre as equipes é muito maior.
O documento foi construído em 2022 e os resultados ainda estão sendo mensurados, mas é perceptível que os pacientes têm sido operados mais rápido, alcançando o objetivo principal do protocolo.