Hospital é lugar de cuidado, esperança e cura. Devemos todos zelar por um ambiente saudável e, nesse sentido, precisamos inibir o tabagismo nas dependências do Risoleta. Esse é o objetivo da Campanha Hospital Livre de Cigarro, que lançamos hoje institucionalmente, voltada para trabalhadores, pacientes, acompanhantes e visitantes.
Contexto
Fumar em hospitais é proibido (conforme a Lei Federal nº 9294/1996, o Artigo 49 da Lei nº 12.546/2011 e o Decreto nº 8.262/2014), mas na prática é difícil lidar com o vício de pacientes internados e dos demais públicos que circulam pela unidade de saúde. É por isso que precisamos unir forças, com informação e ação.

Onde posso fumar?
Na rua, em ambientes abertos, longe da área hospitalar!
Fumar dentro do Hospital prejudica você e também quem está ao seu redor (tabagismo passivo). A fumaça do cigarro é uma mistura de milhares de substâncias tóxicas e se difunde no ambiente, contendo em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.
A exposição involuntária à fumaça do tabaco pode gerar desde reações alérgicas (rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma) até infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica).

Cigarro eletrônico
Os cigarros eletrônicos são comercializados ilegalmente no Brasil. Funcionam com uma bateria que aquece uma solução líquida geralmente com nicotina, sais de nicotina, propilenoglicol, glicerol, formaldeído e nitrosaminas, possuindo grande variedade de substâncias tóxicas em níveis significativos.
Os perigos para a saúde incluem dependência química, social, comportamental e psicológica, problemas respiratórios, doenças cardiovasculares como hipertensão, câncer de pulmão e uma nova doença pulmonar grave, o EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de dispositivos de cigarro eletrônico), podendo levar à morte. Também há ocorrência de queimaduras, ferimentos e lesões químicas.

Cigarro de palha
O cigarro de palha vem ganhando cada vez mais popularidade pela falsa ideia de que é menos danoso do que o cigarro industrializado. E se antes era mais usado em zonas rurais, vem ganhando espaço entre jovens dos centros urbanos.
É composto por um punhado de fumo de corda picado, envolto por uma palha de milho. Esse cigarro não tem filtro e a palha é mais espessa do que a seda, o que gera maior quantidade de monóxido de carbono e de inalação do alcatrão. Um cigarro de palha pode equivaler de três a cinco cigarros industrializados, elevando os riscos.
Diagnóstico de dependência à nicotina
(Protocolo de Tabagismo da PBH)
São considerados dependentes os indivíduos com pelo menos três destes critérios:
- desejo forte e compulsivo para consumir a substância (fissura ou craving);
- dificuldade para controlar o uso (início, término e níveis de consumo);
- estado de abstinência fisiológica diante da suspensão ou redução, caracterizado por síndrome de abstinência e consumo da mesma substância ou similar, com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência (reforço negativo);
- evidência de tolerância, ou seja, necessidade de doses crescentes da substância para obter os efeitos produzidos anteriormente com doses menores;
- abandono progressivo de outros prazeres em detrimento do uso de substâncias psicoativas;
- aumento do tempo empregado para conseguir ou consumir a substância ou recuperar-se de seus efeitos;
- persistência no uso apesar das evidentes consequências, como câncer pelo uso do tabaco, humor deprimido ou perturbações das funções cognitivas relacionada com a substância.
O diagnóstico de dependência da nicotina é clínico, baseia-se no relato do indivíduo e deve ser feito por meio de avaliação pelo profissional da saúde seguindo os critérios acima.
Quais os benefícios se você parar de fumar?
Veja o que acontece se você parar de fumar agora (fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA):
- após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
- após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
- após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
- após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
- após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.
- após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
- após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
- após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
Quanto mais cedo você parar de fumar, menor o risco de adoecer.

Como faço para parar de fumar?
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) possuem programa gratuito antitabagismo com grupos de apoio e medicação para quem quer abandonar o vício. Informe-se: https://prefeitura.pbh.gov.br/saude/informacoes/atencao-a-saude/promocao-da-saude/controle-do-tagagismo