A data de 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientização sobre a pandemia de AIDS, doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema imunológico (responsável por defender o organismo de doenças).
E neste mês, a comunidade Risoleta abraça a campanha Dezembro Vermelho de incentivo à prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Atualmente, quase 1 milhão de brasileiros vivem com o HIV, segundo o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde. Apenas em Minas Gerais, foram diagnosticados mais de 24 mil casos de infecção por HIV entre 2017 e 2021, em sua maioria entre pessoas de 20 a 34 anos.
Assistência aos pacientes
No Hospital, todo caso de pessoa com HIV é notificado pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEH) para verificar o processo saúde-doença na comunidade, fornecendo indicadores para suporte ao planejamento, à administração e avaliação das ações de saúde.
Desde 2018, o Risoleta tem diagnosticado, em média, um novo caso de HIV por semana. De 2018 a outubro de 2022, foram notificados 732 casos de HIV/AIDS no Hospital, sendo que 259 (35,38%) foram de diagnóstico inicial realizado aqui (primodiagnóstico).
A faixa etária da prevalência dos casos é de 40 a 49 anos (28%) e os pacientes são majoritariamente do sexo masculino (66%).
Assistência aos trabalhadores do Risoleta
O Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) dá assistência sigilosa aos trabalhadores com suspeita do vírus HIV.
Em caso de acidente com material biológico, seja de fonte conhecida ou desconhecida, são seguidos fluxos estabelecidos para proteção da saúde e segurança do trabalhador.
Já a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é responsável por promover, anualmente, campanhas de prevenção à AIDS no Hospital, de acordo com a NR-05, com materiais e atividades educativas.
Saiba mais
Não confunda: AIDS ≠ HIV
A AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – é a doença que afeta milhares de indivíduos sem excluir raça, cor ou gênero. Já o HIV diz respeito ao vírus, com o qual muitos soropositivos vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
Formas de Transmissão
O vírus pode ser transmitido a outras pessoas por:
- relações sexuais desprotegidas (vaginal, anal e oral) – o uso de camisinha é essencial!
- compartilhamento de seringas contaminadas, assim como outros objetos que furam ou cortam – certifique-se da biossegurança dos procedimentos cirúrgicos, tatuagens, etc.;
- de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não são tomadas as devidas medidas de prevenção.
É essencial se proteger em todas as situações e fazer regularmente o exame.
O vírus HIV NÃO é transmitido por:
- sexo com uso correto de camisinha;
- masturbação a dois;
- beijo no rosto ou na boca;
- suor e lágrima;
- picada de inseto;
- aperto de mão ou abraço;
- sabonete/toalha/lençóis;
- talheres/copos;
- assento de ônibus;
- piscina;
- banheiro;
- doação de sangue;
- pelo ar.
Formas de prevenção
A principal forma de prevenção do vírus HIV é o uso de preservativo, tanto feminino quanto masculino.
Para mães com HIV, o pré-natal é essencial, assim como os exames regulares.
Além disso, é importante não compartilhar agulhas, seringas, canudos, cachimbos ou qualquer objeto que fure ou corte. Materiais utilizados em procedimentos como tatuagens ou aplicação de piercings devem ser sempre descartáveis ou esterilizados.
Caso tenha sido exposto(a) a uma situação de risco, como sexo desprotegido, faça o teste de HIV. Os exames são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Caso a exposição sexual, acidente ocupacional ou violência sexual tenha acontecido há menos de 72h, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).
IMPORTANTE: preservativos masculinos e gel lubrificante estão à disposição dos cidadãos nas Unidades Básicas de Saúde, CTAs, organizações de sociedade civil e outros serviços credenciados, gratuitamente.
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)
Profilaxia é a utilização de procedimentos e recursos para prevenir doenças. A PrEP consiste na utilização de medicamentos antirretrovirais (ARV) por pessoas que não estão infectadas pelo HIV, mas que se encontram altamente vulneráveis ao vírus. Dentre outros fatores de vulnerabilidade, por exemplo, citam-se a frequência de relações sexuais desprotegidas e o número elevado de parcerias sexuais, que implicam em aumento no risco de infecção. Nessas circunstâncias, dependendo das necessidades e dos contextos de cada indivíduo, a PrEP, combinada com outras estratégias de prevenção já consagradas reduz ainda mais o risco de infecção pelo HIV.
DIREITOS DAS PESSOAS QUE VIVEM COM HIV
Você sabia que a discriminação contra pessoas com HIV e pessoas com AIDS é crime desde 2014?
A Lei 12.984 define que é crime a discriminação em estabelecimentos de ensino, no âmbito do trabalho, assim como recusar atendimento de saúde e divulgar a condição das pessoas com o vírus ou a doença com o intuito de ofender a dignidade.
Além disso, é um direito manter em sigilo a sua condição sorológica no ambiente de trabalho. Isso inclui testes de admissão, testes periódicos ou de demissão. A preservação do sigilo sobre a condição de pessoa que vive com HIV, entre outras doenças, é prevista pela Lei 14.289, de 2022.
Auxílio-doença e Aposentadoria
Pessoas com HIV/AIDS podem recorrer a benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, de acordo com a legislação.
A isenção do Imposto de Renda também é assegurada às pessoas com HIV, de acordo com a Lei 7.713, de 1988.
Fonte: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hiv-aids/direitos-das-pvhiv
PARA TRABALHADORES DA SAÚDE
Publicações do Ministério da Saúde que podem ajudar a compreender o cenário de HIV/AIDS:
Prevenção Combinada: bases conceituais
Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2022
Relatório de Profilaxias PrEP e PEP 2021
Relatório de Monitoramento Clínico do HIV 2021